O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pautou para esta terça-feira (2/9) a votação de um projeto de lei que altera os prazos de inelegibilidade, visando facilitar a participação de políticos condenados nas próximas eleições. A proposta, que já havia sido adiada por falta de consenso, pode beneficiar figuras como José Roberto Arruda e Eduardo Cunha, ao encurtar o período de inelegibilidade para oito anos, independentemente de decisões em segunda instância.
As sessões desta semana serão semipresenciais, em parte devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. A estratégia de Alcolumbre é aproveitar o trabalho remoto para garantir um quórum mais seguro, permitindo que senadores votem de qualquer lugar. O projeto determina que o período de inelegibilidade será unificado em oito anos, começando a contar a partir da perda do mandato ou da condenação, o que pode viabilizar a candidatura de políticos já condenados.
Entretanto, a proposta enfrenta resistência entre os 81 senadores, incluindo membros da base do governo. O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) apresentou uma emenda para somar os oito anos ao tempo da pena em casos relacionados à administração pública, mas mesmo com a aceitação do relator Weverton (PDT-MA), não houve acordo. Assim, as mudanças na Lei da Ficha Limpa permanecem incertas, refletindo divisões significativas no Senado.