O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, manifestaram-se nesta segunda-feira (29) sobre os casos recentes de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas no estado. As autoridades confirmaram a criação de um gabinete de crise para coordenar as ações e informaram que as investigações estão em andamento nos níveis estadual e federal.
Padilha explicou que o perfil epidemiológico dos intoxicados mudou em relação aos anos anteriores. Enquanto antes os casos estavam relacionados a moradores de rua ou ao uso de metanol vendido como combustível para autoagressão, agora envolvem consumidores que adquiriram bebidas engarrafadas e rotuladas, porém adulteradas. O governador Tarcísio de Freitas informou que até o momento foram notificadas 22 ocorrências, sendo 15 suspeitas, sete confirmadas e cinco mortes em investigação — uma delas já confirmada como causada por metanol.
Durante coletiva, Tarcísio rebateu a hipótese levantada pela Polícia Federal sobre possível participação do crime organizado, como o PCC, na adulteração das bebidas. Segundo ele, não há evidências que sustentem essa ligação, e os inquéritos indicam a atuação de pequenos grupos sem conexão entre si. O governador anunciou ainda que estabelecimentos identificados com venda de produtos adulterados poderão ser interditados cautelarmente. As autoridades reforçaram a importância das denúncias pelos canais 181 e Procon-SP e alertaram que não é possível identificar a adulteração pelo cheiro, gosto ou aparência das bebidas. A recomendação é evitar o consumo suspeito e procurar atendimento médico imediato diante de sintomas como dor de cabeça intensa, náusea, visão turva ou perda de consciência.