Uma nova legislação na Rússia, que penaliza internautas por buscarem ou acessarem conteúdos considerados ‘extremistas’, entrou em vigor nesta segunda-feira, 1º de setembro de 2025. A lei abrange uma variedade de materiais, como livros, obras de arte e conteúdos LGBTQ+, com mais de 5.500 itens já listados pelas autoridades. O Ministro de Assuntos Digitais, Maksut Shadayev, informou que plataformas estrangeiras se recusam a remover esse material, enquanto o presidente Vladimir Putin sancionou a lei em um contexto de crescente repressão a vozes críticas.
A legislação estabelece que a penalidade só se aplica se o usuário tiver a intenção de acessar o conteúdo extremista, o que gera um debate sobre a liberdade de expressão na Rússia. O uso de VPNs permanece permitido, mas a publicidade para promovê-las foi criminalizada. Críticos da lei, como o parlamentar Boris Nadezhdin, comparam a situação atual à distopia descrita no livro ‘1984’, de George Orwell, alertando para os perigos da censura e do controle estatal sobre a informação.
Desde o início da invasão da Ucrânia, o governo russo tem ampliado sua lista de extremistas e terroristas, incluindo cidadãos proeminentes e organizações críticas à guerra. A Meta, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, foi rotulada como ‘terrorista’ após permitir postagens que endossavam ações contra soldados russos. A implementação dessa lei pode intensificar a repressão à liberdade de expressão e aprofundar a divisão entre o governo e a sociedade civil na Rússia.