Moscou alertou nesta segunda-feira, 15 de setembro, que tomará medidas legais contra qualquer país europeu que tentar se apropriar de ativos russos congelados no exterior, muitos deles bloqueados desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2024. A ameaça foi emitida após a União Europeia indicar planos para utilizar cerca de US$ 350 bilhões em fundos russos depositados em bancos europeus para ajudar Kiev. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está buscando novas formas de financiar as defesas da Ucrânia com esses saldos congelados.
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança nacional, declarou que a Rússia processará os Estados da União Europeia e outros países que tentarem confiscar seus ativos. Ele enfatizou que essa ação será feita em todos os tribunais internacionais e nacionais possíveis, além de medidas extrajudiciais. O Kremlin já havia afirmado anteriormente que qualquer apreensão de seus ativos seria considerada roubo, o que poderia minar a confiança nos títulos e moedas ocidentais.
Os Estados europeus argumentam que a Rússia é responsável pela devastação na Ucrânia e deve arcar com os custos da reconstrução. No entanto, alguns banqueiros expressam preocupação sobre o impacto que a apreensão de ativos soberanos pode ter na confiança dos governos estrangeiros em investimentos nos títulos ocidentais. Recentemente, o Reino Unido anunciou ter utilizado cerca de US$ 1,3 bilhão em ativos russos congelados para adquirir armas para a Ucrânia, levando Medvedev a afirmar que a Rússia tomaria mais territórios ucranianos e buscaria propriedades britânicas globalmente.