O cientista político Pedro Arruda, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), avaliou que a escolha do deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG) como relator do processo que pode levar à cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi direcionada para contemplar os interesses da família Bolsonaro. A análise foi feita em entrevista ao programa Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.
Segundo Arruda, o relator não atuará com imparcialidade, pois representa a chamada ‘bancada da bala’ no Congresso e mantém uma relação próxima com Eduardo Bolsonaro. O deputado é acusado de quebra de decoro e condutas contra a soberania nacional, com representação apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que aponta o uso da sua estadia nos Estados Unidos para difamar instituições brasileiras. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Fabio Schiochet (União Brasil-SC), poderia ter indicado outros nomes sorteados para relatoria, mas optou por Marcelo Freitas.
O cientista político destaca que a atual legislatura é uma das mais conservadoras da história recente do Brasil e que a situação de Eduardo Bolsonaro se complica diante das denúncias em curso, incluindo uma acusação da Procuradoria-Geral da República por coação. Caso as tendências políticas se mantenham, Arruda projeta que o deputado pode ter seu mandato cassado ou ser suspenso das atividades parlamentares. A pressão popular e o contexto político indicam um cenário desafiador para o parlamentar no Congresso Nacional.