O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de anistia, continua a realizar reuniões com bancadas partidárias nesta semana, na expectativa de receber uma sinalização da cúpula do Congresso. Ele se reunirá na terça-feira (30) com as bancadas do PSD e do PCdoB, após já ter consultado integrantes do PL, PT, Podemos, PSDB e da federação União Brasil e PP. Embora ainda não tenha apresentado seu texto, Paulinho defende a redução de penas, a chamada dosimetria, mas enfrenta um clima desfavorável entre Câmara e Senado que frustra suas expectativas de votação.
Na quarta-feira (24), uma reunião agendada entre Paulinho, o presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) e o presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) foi cancelada. O encontro visava discutir o cronograma de votação do projeto de anistia, que já teve sua urgência aprovada pela Câmara. Motta afirmou que precisa de mais tempo para entender o sentimento da Casa antes de pautar a proposta, que busca reduzir penas para condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
A oposição pressiona por um texto mais abrangente que beneficie o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), apoia uma modulação de penas para os chamados integrantes da “massa de manobra”. No entanto, ele descarta a redução das punições para os mandantes do plano de golpe de Estado. A relação entre Hugo Motta e Alcolumbre continua a ser um fator crucial para o avanço do texto da anistia.