Durante uma coletiva de imprensa em Pequim no dia 3 de setembro, o presidente russo Vladimir Putin abordou as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. Segundo Putin, essas tarifas são reflexo de problemas internos do governo americano, especialmente relacionados à relação entre autoridades dos EUA e o ex-presidente Jair Bolsonaro, e não indicam um desequilíbrio na balança comercial entre os países.
Putin destacou que, ao contrário da Índia, que enfrenta um desequilíbrio comercial com os EUA, o Brasil não apresenta tal situação. Ele criticou a utilização da guerra na Ucrânia como justificativa para as sanções, afirmando que a taxação é uma questão de alinhamento político interno. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva já classificou as tarifas como uma tentativa de interferência no Judiciário brasileiro, reafirmando a soberania do país.
As declarações de Putin ocorrem em um contexto de crescente tensão nas relações comerciais entre os EUA e seus parceiros, com o Brasil e a Índia sendo os únicos países a enfrentar tarifas tão altas. A situação levanta preocupações sobre as implicações econômicas e políticas para o Brasil, especialmente em relação à sua dependência de importações de diesel da Rússia e à pressão externa sobre suas instituições democráticas.