Psol processa prefeito Nunes por fraudes em moradias populares em SP

Rafael Barbosa
Tempo: 2 min.

A Bancada Feminista do Psol em São Paulo ingressou na Justiça contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) para exigir a divulgação de dados sobre habitações de interesse social na cidade. A vereadora Sílvia Ferraro, membro da bancada, afirmou que construtoras receberam incentivos fiscais para construir prédios destinados a famílias de baixa renda, mas que acabaram sendo vendidos para a classe média ou alugados em plataformas digitais. “Precisamos acessar esses dados para comprovar as fraudes”, declarou Ferraro em entrevista ao Conexão BdF.

A parlamentar integra a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Habitações Populares, que foi instalada na Câmara Municipal após decisão do Tribunal de Justiça do estado (TJ-SP). Segundo Ferraro, o prefeito Nunes se opôs à criação da CPI, pois muitas construtoras envolvidas contribuíram para suas campanhas. Ela destacou que São Paulo enfrenta uma grave crise habitacional, com cerca de 500 mil famílias sem moradia e mais de 100 mil pessoas em situação de rua, enquanto há 580 mil imóveis vazios na cidade.

Ferraro criticou a transformação da moradia em um negócio e a aprovação de projetos que favorecem construtoras em detrimento de políticas públicas. Ela defendeu que terrenos públicos devem ser utilizados prioritariamente para atender às necessidades da população, como habitação e infraestrutura. A vereadora também apontou falhas na fiscalização e na política habitacional da prefeitura, que, segundo ela, prioriza o lucro das construtoras em detrimento do bem-estar social.

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