No Nepal, uma onda de protestos violentos irrompeu após o governo banir mais de vinte plataformas digitais que não cumpriram novas regulamentações. A revolta, predominantemente impulsionada pela geração Z, culminou na renúncia do primeiro-ministro Khadga Prasad Sharma Oli e em cenas caóticas nas ruas de Katmandu, onde instituições como o Parlamento e a Suprema Corte foram invadidas. O descontentamento popular se intensificou após a imposição de medidas consideradas censura, levando a uma repressão policial severa e ao estado de sítio decretado pelo exército.
A crise no Nepal reflete um contexto mais amplo de tensão entre governos e plataformas digitais, onde a liberdade de expressão colide com a necessidade de regulação. A insatisfação da juventude, exacerbada pelo desemprego elevado e pela falta de reformas efetivas, gerou um movimento sem liderança clara, dificultando a pacificação. As críticas à elite política, especialmente em relação ao estilo de vida luxuoso dos governantes, alimentaram ainda mais os protestos, que já deixaram ao menos 22 mortos e centenas de feridos.
As implicações desse levante são profundas, com a possibilidade de um governo militar provisório surgindo como uma solução temporária. A fragilidade da democracia nepalesa, estabelecida em 2008 após a queda da monarquia autoritária, é posta à prova. Enquanto isso, o impacto da revolta ressoa internacionalmente, com repercussões que podem influenciar movimentos semelhantes em outras partes do mundo.