Médicos e enfermeiros do hospital pediátrico Garrahan, em Buenos Aires, marcharam nesta sexta-feira (12) ao lado de universitários em um protesto contra os vetos do presidente Javier Milei ao aumento de fundos para saúde e educação. O presidente, que está no poder há 21 meses, vetou um projeto que previa um aumento do orçamento universitário, além de uma lei que autorizava contribuições do Tesouro Nacional para as províncias. O ato ocorreu na Praça de Maio e coincidiu com uma greve de 24 horas nos setores afetados.
Os manifestantes, apoiados por sindicatos e movimentos de esquerda, expressaram sua insatisfação com as políticas de ajuste fiscal de Milei, que já havia vetado um aumento orçamentário em outubro de 2024. A situação se agrava após o revés eleitoral do oficialismo nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, onde o peronismo obteve vitória significativa. Em resposta aos vetos, os setores mobilizados planejam um novo protesto na próxima quarta-feira, quando a Câmara dos Deputados debaterá as medidas que afetam diretamente a saúde e a educação.
O presidente Milei reconheceu uma “clara derrota” nas eleições, mas reafirmou sua determinação em não ceder nas políticas econômicas. A expectativa é que ele apresente na próxima segunda-feira a proposta do orçamento para 2026 em uma mensagem nacional. A insatisfação popular cresce em meio a denúncias de corrupção envolvendo sua irmã e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, o que pode complicar ainda mais sua administração.