A cena literária brasileira contemporânea se fortalece com o protagonismo de autores e autoras negras, evidenciado em festivais que celebram essa diversidade. Afonso Borges, um dos maiores agentes culturais do país, tem desempenhado um papel crucial na promoção de uma literatura que reflete as experiências e subjetividades da população negra. Ao lado do cientista político Sergio Abranches, Borges tem criado espaços onde a autoria negra é central, desafiando a marginalização histórica dessa produção literária.
Desde a publicação do romance abolicionista “Ursula”, de Maria Firmina dos Reis, até o sucesso de “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, a literatura negra no Brasil tem uma trajetória rica e significativa. O Quilombo, coletivo fundado em 1980, e os Cadernos Negros, lançados desde 1978, são exemplos de iniciativas que têm dado voz a grandes nomes como Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves. Recentemente, o III Festival Literário de Paracatu destacou a presença de autoras como Eliana Alves Cruz e Bianca Santana, reafirmando a força desse movimento literário.
As implicações desse protagonismo são profundas, pois não apenas ampliam a visibilidade da literatura negra, mas também promovem uma reflexão sobre questões de raça e classe na cultura brasileira. A inclusão de vozes diversas em festivais literários representa um passo importante em direção à equidade e justiça social. Afonso Borges e seus colaboradores estão moldando um novo panorama literário que valoriza a riqueza da experiência afro-brasileira, desafiando estigmas e criando um espaço para novas narrativas.