O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), defendeu nesta segunda-feira (1º de setembro de 2025) uma regulamentação mais rigorosa para as fintechs. Ele ressaltou que a norma da Receita Federal, que equipara essas empresas a bancos tradicionais, é um avanço, mas não é suficiente para combater o uso dessas plataformas pelo crime organizado para lavagem de dinheiro. Gakiya destacou que a fiscalização e o compliance por parte das instituições financeiras são essenciais para evitar a infiltração do crime no sistema econômico.
Durante sua participação no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o promotor alertou sobre as operações do MP que revelaram o uso de fintechs para dar anonimato a investidores e facilitar atividades ilícitas. Ele mencionou que muitas dessas empresas, registradas como companhias de pagamento, operam como bancos e precisam ser monitoradas de perto. Além disso, Gakiya enfatizou que o setor privado deve investir em mecanismos de compliance para prevenir a infiltração do crime organizado na economia formal.
Gakiya também abordou a crescente influência do PCC (Primeiro Comando da Capital) na política, citando campanhas financiadas pela facção nas últimas eleições municipais. Ele defendeu a aprovação de um projeto de lei antimáfia para aumentar as punições contra facções que influenciam o processo político. O promotor expressou preocupação com a possibilidade de essa infiltração se espalhar nas próximas disputas eleitorais em níveis estadual e federal, ressaltando a necessidade de vigilância por parte dos partidos políticos.