Hollywood, símbolo histórico da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, está perdendo espaço para outros polos de produção dentro e fora do país. O aumento dos custos de produção, intensificado pela pandemia e pelas greves de roteiristas e atores, levou estúdios a buscarem incentivos fiscais e mão de obra mais barata em estados como Geórgia, Nova York e Texas, além de países como Canadá, Reino Unido e Austrália. Em resposta, a Califórnia ampliou seus créditos fiscais para cinema e TV para US$ 750 milhões, na tentativa de atrair mais filmagens para Los Angeles.
Recentemente, o ex-presidente Donald Trump reacendeu o debate ao propor tarifas de até 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA, visando proteger a indústria nacional. No entanto, especialistas questionam a viabilidade legal dessa medida e alertam para possíveis impactos negativos nas relações internacionais e no mercado global do entretenimento. O governo pretende focar em incentivos fiscais federais e acordos de coprodução para fortalecer o setor.
O desafio financeiro é central: com a queda das receitas tradicionais e o crescimento do streaming, os estúdios precisam controlar custos para manter investidores interessados. Parlamentares como o senador Adam Schiff defendem políticas públicas que estimulem a produção doméstica sem recorrer a tarifas que possam gerar consequências adversas. O futuro de Hollywood depende do equilíbrio entre inovação, competitividade fiscal e adaptação às novas dinâmicas do mercado audiovisual.