O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta segunda-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de nove réus do núcleo 3 da trama golpista que ocorreu durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas alegações finais enviadas ao STF, Gonet reiterou a denúncia contra os réus, que são acusados de planejar “ações táticas” para efetivar o plano golpista. O núcleo é composto por oito militares do Exército e um policial federal, que respondem a crimes graves, como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Na manifestação, Gonet sugeriu que a acusação contra o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior seja desclassificada para incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais, o que poderia permitir um acordo para evitar condenação. Os outros investigados incluem coronéis e tenentes-coronéis do Exército, além de um policial federal. A partir de agora, as defesas dos acusados têm 15 dias para apresentar suas alegações finais antes que o ministro Alexandre de Moraes libere o processo para julgamento.
Até o momento, apenas o núcleo 1, que inclui Jair Bolsonaro e mais sete réus, foi condenado. Os núcleos 2 e 4 também serão julgados neste ano, enquanto o núcleo 5 é formado pelo empresário Paulo Figueiredo, que reside nos Estados Unidos e não apresentou defesa. O desdobramento deste caso pode ter implicações significativas para a política brasileira e a percepção pública sobre a segurança das instituições democráticas.