O primeiro-ministro do Nepal, KP Sharma Oli, anunciou sua renúncia nesta terça-feira (9), em meio a protestos que deixaram ao menos 19 mortos. As manifestações, que começaram na capital Katmandu e se espalharam por outras cidades, foram desencadeadas por restrições às redes sociais e pela corrupção no governo. Em sua carta de renúncia, Oli expressou a intenção de dar novos passos em direção a uma solução política para os problemas enfrentados pelo país.
Os protestos, que ocorreram na segunda-feira (8), foram marcados pela repressão policial, com o uso de munição letal contra os manifestantes, segundo a Anistia Internacional. A insatisfação popular tem crescido no Nepal, um país de 30 milhões de habitantes, devido à instabilidade política e ao baixo crescimento econômico. O governo havia imposto um bloqueio a 26 sites, incluindo Facebook e YouTube, o que gerou ainda mais revolta entre a população jovem, que representa 43% do total.
A renúncia de Oli ocorre em um contexto de descontentamento generalizado, com o desemprego próximo a 10% e um PIB per capita de apenas 1.447 dólares. Desde a transição para uma república federal em 2008, o Nepal enfrenta desafios significativos em sua governança. A saída do primeiro-ministro pode abrir caminho para novas negociações políticas e tentativas de estabilização em um cenário marcado por tensões sociais.