O presidente do Nepal, Ramchandra Paudel, tomou a decisão de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições para o dia 5 de março de 2026, em resposta a uma onda de protestos que resultou na morte de pelo menos 51 pessoas. A medida foi anunciada na sexta-feira, 12 de setembro de 2025, e ocorre em um contexto de crescente insatisfação popular. A ex-presidente da Suprema Corte, Sushila Karki, foi designada como primeira-ministra interina, assumindo o comando em um momento crítico para o país.
Os protestos começaram na capital, Catmandu, após o governo nepalês bloquear o acesso a plataformas digitais como Facebook, Instagram, YouTube e X. Inicialmente, os manifestantes se mobilizavam contra essa restrição, mas a situação se agravou com a revelação de acusações de corrupção envolvendo autoridades governamentais. As autoridades justificaram a suspensão das plataformas alegando a necessidade de combater discursos de ódio e fraudes nas redes sociais, mas a medida gerou ainda mais descontentamento entre a população.
A renúncia do então premiê K.P. Sharma Oli, do Partido Comunista, não foi suficiente para acalmar os ânimos nas ruas. O Nepal enfrenta um período de instabilidade política desde a abolição da monarquia em 2008, e a atual crise pode ter implicações significativas para o futuro do país. A convocação das eleições e a nomeação de uma premiê interina são passos cruciais em um cenário onde a confiança nas instituições está em xeque.