O premiê do Nepal, KP Sharma Oli, renunciou ao cargo nesta terça-feira (9), em resposta a protestos massivos contra o bloqueio de redes sociais no país. A medida, no entanto, não foi suficiente para conter a ira dos manifestantes, que incendiaram a sede do Parlamento e invadiram residências de políticos, resultando em pelo menos 19 mortes durante a repressão policial. Em sua declaração, Oli, membro do Partido Comunista, afirmou que sua saída visa “abrir caminho para uma solução constitucional” para a crise atual.
Os protestos foram desencadeados pelo bloqueio de mais de 20 plataformas digitais, incluindo Facebook e YouTube, que não atenderam às exigências do governo para registro e nomeação de representantes locais. Embora o gabinete de Oli tenha revogado a medida, as manifestações refletiram um descontentamento mais amplo com a corrupção e a pobreza no Nepal. Além da renúncia de Oli, outros ministros também deixaram seus cargos em meio à pressão popular.
A situação permanece volátil em Katmandu, onde manifestantes continuam a se mobilizar e a vandalizar propriedades públicas e privadas. O presidente Ramchandra Paudel fez um apelo por uma solução pacífica, mas o clima de insatisfação persiste, evidenciado pela destruição de palácios históricos e pela interrupção das operações no principal aeroporto internacional da capital. A crise política no Nepal levanta preocupações sobre a estabilidade do governo e o futuro do país nas montanhas do Himalaia.