A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace) mantém em Campina Grande (PB) um dos maiores plantios medicinais de cannabis do país, com uma área de dois hectares protegida por estufas. Apesar do potencial terapêutico da planta, o cultivo da maconha para fins medicinais ainda é proibido no Brasil, sendo permitido apenas mediante autorização judicial, o que limita o acesso a tratamentos e o avanço das pesquisas.
O cultivo da cannabis foi proibido no Brasil desde o final da década de 1930, quando a planta foi classificada como droga por conter substâncias entorpecentes. Somente recentemente o uso terapêutico foi autorizado, mas o preconceito social permanece forte. Pacientes que utilizam medicamentos à base de canabinoides relatam perda de contato com familiares e amigos. Profissionais da saúde também enfrentam resistência, especialmente no tratamento de crianças com epilepsia, onde muitos pais preferem cirurgias invasivas a remédios derivados da planta.
Além do uso medicinal, a cannabis pode ser transformada em fibras e até combustível, ampliando seu potencial econômico. A superação do estigma é essencial para garantir o acesso a tratamentos eficazes e fomentar pesquisas científicas no Brasil, contribuindo para avanços na saúde pública e inovação tecnológica.