O preço da carne no Brasil, embora tenha registrado uma leve queda de 0,43% em agosto, permanece elevado e pode aumentar novamente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), a inflação acumulada da carne bovina nos últimos 12 meses é de 22,17%, com cortes populares como acém e peito apresentando os maiores aumentos. Especialistas alertam que a combinação de alta demanda interna, exportações aquecidas e redução no abate de bois deve pressionar os preços para cima, tornando a carne cada vez menos acessível à população.
A exportação da carne brasileira continua aquecida, mesmo após o tarifaço imposto pelos Estados Unidos. O México se destacou como um dos principais compradores, superando os EUA, que caíram para a quinta posição. Com parte da produção voltada para o exterior, a oferta interna diminui, o que contribui para a elevação dos preços. A previsão é que o volume exportado em 2025 seja 12% maior que em 2024, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Além disso, a expectativa é de que a inflação da carne volte a subir no último trimestre do ano, quando tradicionalmente há um aumento no consumo devido às festas de fim de ano. A renda estagnada e o aumento dos preços tornam a carne bovina menos acessível para grande parte da população, levando muitos consumidores a optarem por proteínas mais baratas, como carne suína e de frango. Essa tendência reflete um fenômeno global, onde a carne bovina se torna uma proteína acessível apenas para os mais ricos.