A poluição sonora, definida como o excesso de ruído que ultrapassa níveis toleráveis, impacta diretamente a vegetação, comprometendo seu crescimento e reprodução. Em entrevista ao Portal iG, a bióloga Patrícia Farias de Souza, do projeto Lagoa Viva, explica que as vibrações sonoras afetam processos internos das plantas, como a germinação e a eficiência da fotossíntese. O estresse gerado pelo ruído torna as plantas mais vulneráveis a pragas e doenças, além de reduzir a polinização, o que pode levar à diminuição da diversidade vegetal.
A especialista destaca que nem todas as espécies são igualmente afetadas; plantas que dependem de polinizadores, como flores ornamentais e frutíferas, são mais sensíveis ao ruído. Com o afastamento de polinizadores, como abelhas e borboletas, a reprodução dessas espécies é prejudicada. Além disso, a poluição sonora pode favorecer o crescimento de espécies invasoras em ecossistemas naturais, criando um desequilíbrio que compromete a estabilidade ambiental.
Para mitigar os impactos da poluição sonora sobre a vegetação, Farias de Souza sugere medidas como a criação de barreiras verdes e o planejamento urbano que limite o tráfego intenso em áreas sensíveis. A bióloga também enfatiza a importância do monitoramento contínuo das populações de polinizadores e da formulação de políticas públicas que valorizem o silêncio como um recurso essencial à biodiversidade. Essas ações são fundamentais para preservar a saúde dos ecossistemas e garantir a diversidade vegetal a longo prazo.