João Henrique Pinheiro, conhecido como o político mais rico do Brasil, está detido em Madri desde 27 de maio. Ele declarou um patrimônio de R$ 2,8 bilhões ao disputar a prefeitura de Marília (SP) em 2024 e agora enfrenta um processo de extradição solicitado pelo governo boliviano, que o acusa de fraude em um contrato para fornecimento de equipamentos. Durante sua campanha, Pinheiro chamou atenção por desfilar com carros de luxo e helicóptero, mas sua trajetória política foi breve, terminando em quinto lugar com apenas 3% dos votos.
O empresário é acusado de não entregar equipamentos avaliados em US$ 684 mil para um complexo industrial de cana-de-açúcar em Bermejo, prejudicando cerca de 80 famílias com perdas superiores a US$ 1 milhão. A defesa de Pinheiro alega que o processo foi arquivado e reaberto sem a devida intimação, sustentando que sua prisão é ilegal, uma vez que o prazo para extradição já teria expirado. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o habeas corpus solicitado, afirmando que a Corte brasileira não possui competência para intervir nas decisões da Justiça espanhola.
Além das acusações bolivianas, Pinheiro também enfrenta uma reclamação de um empresário norte-americano do setor de açúcar, que o acusa de descumprir um contrato de US$ 6,8 milhões para entrega de 20 mil toneladas do produto. Pinheiro defende-se afirmando que a carga só seria enviada após o pagamento integral e a entrega dos laudos técnicos necessários. O desdobramento desse caso poderá impactar não apenas sua carreira política, mas também sua fortuna e reputação internacional.