Na Estação D. Pedro 2º, localizada no centro de São Paulo, uma plataforma subterrânea construída na década de 1970 permanece inativa, sem receber trens. Este espaço, que deveria fazer parte de uma linha de metrô que nunca foi concretizada, foi transformado em abrigo temporário para a população em situação de rua desde 2022, oferecendo camas e alimentação para cerca de 150 pessoas durante as noites mais frias. A iniciativa destaca a ressignificação de estruturas urbanas em resposta às necessidades sociais emergentes.
O projeto original previa uma expansão do metrô paulistano em direção à zona sudeste, mas o crescimento urbano tomou rumos diferentes, deixando a plataforma como um vestígio de ambições não realizadas. Apesar da falta de trilhos, o abrigo tem se mostrado um refúgio seguro para aqueles que preferem não deixar seus animais de estimação em albergues tradicionais, conforme relatado por frequentadores. A transformação do espaço reflete a adaptabilidade das cidades frente às suas realidades sociais.
Além da plataforma da D. Pedro 2º, São Paulo possui outras estruturas subterrâneas inacabadas que ganharam notoriedade entre exploradores urbanos e lendas locais. Engenheiros do metrô reconhecem que essas obras representam um planejamento ambicioso que precisou se ajustar às novas demandas urbanas. A adaptação dessas áreas não utilizadas para abrigar pessoas vulneráveis demonstra a possibilidade de encontrar humanidade e função em espaços esquecidos da metrópole.