O mercado de planos de saúde no Brasil atingiu um recorde de 52,2 milhões de beneficiários em 2024, mas apenas 16,5% deles possuem planos individuais ou familiares, que são os únicos regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Enquanto isso, os planos coletivos dominam o cenário, representando quase 90% dos contratos, o que levanta preocupações sobre reajustes descontrolados e a judicialização das relações entre consumidores e operadoras.
A retração dos planos individuais é atribuída às regras rigorosas da ANS, que limitam cancelamentos e reajustes. Especialistas como Columbano Feijó destacam que grandes operadoras, como Bradesco e SulAmérica, já não oferecem mais esse tipo de contrato, tornando os planos coletivos mais atraentes para as empresas. A judicialização tem aumentado, com consumidores questionando reajustes abusivos, muitas vezes obtendo decisões favoráveis na Justiça.
Com os custos médicos em ascensão e a queda na oferta de planos individuais, o setor de saúde suplementar enfrenta um ponto de inflexão. Sem mudanças regulatórias que equilibrem as regras entre planos individuais e coletivos, especialistas alertam para um possível colapso que pode afetar o Sistema Único de Saúde (SUS) e reduzir o acesso à saúde para milhões de brasileiros.