A ausência de um planejamento de sucessão patrimonial pode resultar na perda de 10% a 20% do patrimônio a ser herdado, segundo especialistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Entre os principais custos estão o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que varia de 4% a 8% conforme o estado, além de honorários advocatícios e taxas cartoriais. Especialistas destacam que um processo sucessório bem estruturado pode proporcionar eficiência tributária e ajudar na preservação do patrimônio para futuras gerações.
Entre as ferramentas recomendadas para esse processo estão o seguro de vida, que não incide Imposto de Renda, e a previdência privada do tipo VGBL, com alíquota de IR que pode chegar a 10%. Esses produtos não passam pelo inventário e podem ser acessados rapidamente pelos herdeiros, garantindo liquidez imediata. A advogada Maria Paula Molinar sugere realizar parte da sucessão em vida, aliviando os herdeiros do fardo tributário. Além disso, o estudo “Navigating the Future of Wealth 2024” prevê que as gerações Y e Z herdarão cerca de US$ 84 trilhões até 2045, levantando preocupações sobre a preparação desses jovens para gerir grandes fortunas.
Carlos Eduardo Fernandes, da Blue3 Investimentos, observa que famílias com patrimônios em torno de R$ 10 milhões já consideram essencial um planejamento sucessório estruturado. Ele alerta para a falta de preparo entre herdeiros no Brasil, especialmente em um contexto onde casais têm filhos mais tarde. A gestão de empresas e investimentos é frequentemente terceirizada, enquanto os ativos permanecem no núcleo familiar, refletindo um contraste entre famílias do interior e herdeiros dos grandes centros urbanos que buscam caminhos próprios.