O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, sustentou nesta terça-feira (2) que a trama golpista liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou o 7 de Setembro de 2021 como um marco para a escalada contra as instituições democráticas. Segundo ele, os discursos proferidos por Bolsonaro no Dia da Independência em Brasília e em São Paulo representaram um “novo patamar de radicalização” na estratégia golpista, com ameaças direcionadas especialmente aos ministros do STF, Roberto Barroso e Luiz Fux.
Gonet destacou que, durante o discurso na Avenida Paulista, Bolsonaro atacou o sistema eletrônico de votação e insuflou a militância contra os ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. A PGR apresentou evidências documentais que comprovam a sequência de atos destinados a propiciar a ruptura da normalidade do processo sucessório, incluindo planos que previam a morte de ministros e tentativas de obter apoio das Forças Armadas.
As implicações desse caso são significativas, uma vez que a PGR pediu a condenação dos réus pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. A denúncia se baseia em documentos encontrados que revelam a organização criminosa por trás da tentativa de golpe, que só não se concretizou devido à recusa dos comandantes das Forças Armadas em apoiar as ações de Bolsonaro.