No primeiro dia de julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou Jair Bolsonaro como o ‘comandante maior’ de um plano que visava romper a ordem democrática entre 2021 e 2023. Em uma sustentação oral de 45 páginas, o ex-presidente foi descrito como líder de uma organização criminosa que buscava impedir a posse de Lula após sua derrota eleitoral em 2022, utilizando meios ilegais e violentos para se manter no poder.
A acusação detalhou que Bolsonaro tramou para assumir o poder, convocando comandantes militares e articulando um golpe de Estado, que foi frustrado pela resistência do Exército e da Aeronáutica. Além disso, a PGR destacou que o ex-presidente promoveu ataques sistemáticos às urnas eletrônicas e ao Judiciário, visando desacreditar o sistema eleitoral e incitar desconfiança popular, enquanto mobilizava a Polícia Rodoviária Federal para dificultar o voto em regiões favoráveis a Lula.
As implicações dessa acusação são significativas, pois a PGR apresentou provas substanciais, incluindo documentos que evidenciam o planejamento detalhado da ruptura democrática. Embora o golpe não tenha se consumado, a cadeia de atos criminosos perpetrados por Bolsonaro e seus aliados pode ter consequências duradouras para o cenário político brasileiro, especialmente em relação à confiança nas instituições democráticas.