A Polícia Federal (PF) investiga agências da Caixa Econômica Federal e do Santander por supostas movimentações financeiras de R$ 331 milhões relacionadas a uma organização criminosa que atua no setor de combustíveis. Segundo o relatório da PF, foram realizados 9.560 depósitos em espécie sem a identificação dos depositantes, o que contraria as normas estabelecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O delegado Mateus Marins Corrêa de Sá destacou que os bancos não comunicaram as operações suspeitas, levando à prisão preventiva de 14 pessoas, incluindo os líderes do esquema.
De acordo com as investigações, as movimentações financeiras foram registradas em nome da Tycoon Technology Instituição de Pagamento, que não identificou os clientes responsáveis pelos depósitos. A PF apontou que a origem dos recursos era atípica, já que a Tycoon é uma instituição de pagamento e não um posto de combustíveis. Os principais acusados, Roberto Augusto Leme da Silva e Mohamad Hussein Mourad, estão foragidos e são investigados por suas ligações com o crime organizado.
As descobertas levantam sérias preocupações sobre a eficácia dos mecanismos de controle financeiro no Brasil. A análise das contas revela que 96,76% dos créditos efetivos vieram de depósitos em dinheiro vivo, sem identificação adequada. A situação destaca a necessidade urgente de aprimorar a supervisão das instituições financeiras para prevenir a lavagem de dinheiro e garantir a integridade do sistema financeiro nacional.