A Polícia Federal (PF) apontou uma possível conexão entre as ameaças virtuais contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino e a atuação de milícias digitais investigadas no contexto do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. As ameaças foram registradas em setembro de 2025, logo após Dino votar pela condenação de Bolsonaro e outros sete réus envolvidos em uma trama golpista. Em resposta, a PF solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre milícias digitais, que avalie a eventual ligação entre os casos.
No documento enviado ao STF, a PF destacou a necessidade de abrir uma investigação específica para apurar as ameaças contra Dino e requisitou que as plataformas de redes sociais forneçam dados dos perfis responsáveis pelas postagens. Até o momento, cerca de 50 perfis foram identificados pela corporação. Em junho, Moraes decidiu estender o inquérito até 2026, ressaltando que as milícias digitais continuam atuando, inclusive durante os julgamentos no Supremo.
A prorrogação da investigação visa garantir o acompanhamento rigoroso das ações dessas organizações diante do cenário político que se intensifica com a conclusão dos processos contra Bolsonaro. A continuidade da apuração é considerada fundamental para preservar a integridade das instituições e proteger os ministros do STF contra coações virtuais.