Angela Merkel declarou que sua decisão de abrir as fronteiras da Alemanha a refugiados em 2015 fortaleceu a Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita. No entanto, Peter Matuschek, diretor do instituto Forsa, que acompanha a opinião pública alemã há décadas, afirma que pesquisas eleitorais não sustentam essa afirmação. A decisão histórica de Merkel ocorreu em meio a uma crise humanitária sem precedentes, quando centenas de milhares de imigrantes buscavam abrigo na Europa, impulsionados por conflitos na Líbia e na Síria.
Matuschek destaca que, apesar da narrativa popular, a imigração não é o principal fator por trás do crescimento da AfD. A análise das tendências eleitorais sugere que outros fatores políticos e sociais têm desempenhado um papel mais significativo na ascensão do partido. Essa perspectiva desafia a visão simplista de que a crise imigratória é a única responsável pela mudança no cenário político alemão.
As implicações dessa análise são profundas, pois indicam que o debate sobre imigração e política na Alemanha deve ser mais nuançado. A desmistificação da relação entre a imigração e o fortalecimento da AfD pode levar a uma reavaliação das estratégias políticas e sociais adotadas para lidar com questões migratórias no país. Assim, o discurso político pode se afastar de narrativas polarizadoras e buscar soluções mais integradoras e eficazes.