Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, localizada em Piracicaba, identificaram bactérias com potencial para combater pragas da soja nas Ilhas de Alcatrazes e Palmas, no litoral de São Paulo. O estudo investiga o uso de compostos sintetizados por esses microrganismos como uma alternativa sustentável para o controle de doenças, em um contexto de crescimento do mercado de bioinsumos agrícolas no Brasil, que tem registrado uma expansão superior a 10% ao ano nos últimos cinco anos.
O engenheiro agrônomo Juan Lopes Teixeira, que conduziu a pesquisa sob a orientação da professora Simone Possedente de Lira, destacou que foram triadas 20 cepas de Streptomyces spp. com potencial antagonista a fitopatógenos da soja. Os testes mostraram que quatro cepas foram selecionadas para o desenvolvimento de fungicidas de primeira geração, enquanto uma cepa foi escolhida para um produto de terceira geração, com resultados indicando níveis de controle superiores a 88% em cultivos cercados.
Esses avanços são significativos para uma agricultura mais regenerativa, pois os biológicos podem atuar como complementos ao manejo fitossanitário, reduzindo a pressão sobre patógenos resistentes a fungicidas químicos. O estudo recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e bolsa da Capes, refletindo um compromisso com práticas agrícolas sustentáveis e inovadoras.