Uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) aponta uma alarmante desigualdade na conexão digital no Brasil. O levantamento, que entrevistou 593 pessoas entre agosto de 2023 e junho de 2024, revela que 35% dos indivíduos com renda de até um salário mínimo e 35,6% daqueles que recebem entre um e três salários mínimos ficaram sem acesso à internet móvel por sete dias ou mais nos 30 dias anteriores à pesquisa.
Além disso, o estudo destaca que 63,8% dos brasileiros deixaram de acessar serviços bancários ou financeiros devido à falta de franquia de dados. A pesquisa também indica que a maioria da população possui celulares relativamente novos, mas enfrenta barreiras financeiras para adquirir computadores, com quase metade dos entrevistados sem acesso a esses dispositivos devido ao alto custo. Especialistas ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas que promovam a inclusão digital e garantam direitos fundamentais a todos os cidadãos.
Luã Cruz, coordenador do programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Idec, enfatiza que a desigualdade na conectividade perpetua desafios sociais e econômicos. A conselheira diretora da Anatel, Cristiana Camarate, complementa que os resultados da pesquisa oferecem diretrizes para aprimorar iniciativas voltadas à inclusão digital. A pesquisa evidencia a urgência em se desenvolver uma política mais ampla de acesso à banda larga e outras formas de conexão para reduzir as disparidades existentes.