O PDT decidiu deixar, nesta quarta-feira, 3 de setembro, o maior bloco da Câmara dos Deputados, conhecido como ‘blocão do Motta’, liderado pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). A saída do partido se dá poucos dias após a federação Brasil da Esperança, composta por PT, PV e Rede, também abandonar o grupo, em meio a uma derrota significativa na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS.
A CPMI, instalada em 20 de agosto, teve uma reviravolta ao eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência, em vez do indicado Omar Aziz (MDB-AM). Essa vitória da ala de direita foi resultado de uma estratégia articulada entre parlamentares da oposição e do Centrão, que aproveitaram a ausência de membros da base governista para garantir os votos necessários. O ‘blocão do Motta’, criado em fevereiro deste ano, tinha como objetivo fortalecer a eleição de Hugo Motta e contava com uma diversidade de partidos.
O líder do PDT, deputado Mário Heringer (PDT-MG), explicou que a decisão de sair do bloco visa assegurar que a legenda tenha um suplente próprio na CPMI. Com essa manobra, o PDT garante que sua cota partidária seja respeitada nas comissões, sem depender das dinâmicas de poder do ‘blocão’. Essa mudança pode sinalizar um novo cenário político na Câmara, com possíveis repercussões nas articulações futuras entre os partidos.