Uma operação conjunta do Ministério Público e da Receita Federal revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro atribuído ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo as autoridades, a facção movimentou cerca de R$ 6 bilhões em quatro anos, utilizando uma rede que controlava 267 postos de combustíveis, 60 motéis em São Paulo e empresas ligadas a jogos de azar. A investigação foi divulgada pelo Fantástico, da TV Globo.
De acordo com os promotores, os motéis serviam para mascarar receitas, já que não há controle formal do fluxo de clientes, resultando em movimentações financeiras muito superiores às declaradas. Para dar aparência legal ao dinheiro, os valores eram movimentados por meio de fintechs, especialmente o BK Bank, apontado como peça central na ocultação da origem e destino dos recursos. A instituição nega envolvimento em irregularidades e afirma ser regulada pelo Banco Central.
A apuração também identificou relatos de ameaças a donos de postos, forçados a vender seus negócios sob coação. Em alguns casos, os estabelecimentos continuavam registrados no nome das vítimas, mas operavam com combustíveis adulterados, que geravam prejuízos e responsabilização criminal para os antigos proprietários. Os recursos ilícitos eram usados para aquisição de bens de luxo, como helicópteros avaliados em R$ 6 milhões e carros de até R$ 3 milhões.