Na noite de sexta-feira, 12 de setembro, Paulo Henriques Britto tomou posse na cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo a escritora Heloisa Teixeira, falecida em março. Aos 72 anos, Britto, que é poeta, contista e tradutor, integra agora o seleto grupo de imortais da instituição, destacando-se por sua trajetória literária e seu trabalho como tradutor de clássicos. Com 14 livros publicados, incluindo obras premiadas como ‘Macau’ e ‘Tarde’, sua eleição reforça a presença da poesia e da tradução no centro do debate literário brasileiro.
A cerimônia de posse foi marcada por um gesto simbólico significativo: Margareth Dalcolmo, viúva do acadêmico Candido Mendes, ofereceu a Britto o fardão que pertenceu ao marido, falecido em 2022. Britto expressou sua honra ao receber o traje, que exigiu apenas ajustes discretos. A conexão entre Britto e Mendes se estende à amizade entre suas famílias e ao trabalho de tradução que Britto realizou para Mendes, evidenciando a continuidade de laços pessoais e profissionais na literatura.
A posse de Paulo Henriques Britto na ABL não apenas celebra sua carreira consolidada, mas também simboliza a continuidade de uma tradição literária que une invenção poética e reflexão crítica. Com quatro décadas de magistério na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e uma obra reconhecida nacionalmente, Britto se posiciona como um dos tradutores mais importantes do Brasil, contribuindo para o diálogo entre a literatura brasileira e as tradições literárias globais.