Os Estados Unidos e o Paraguai assinaram em agosto um Acordo de Terceiro País Seguro, que poderá transformar o Paraná em um novo destino para refugiados. Especialistas em relações internacionais, como Tomaz Espósito, alertam que essa medida pode aumentar o fluxo migratório para o Brasil, especialmente na fronteira com o Paraguai, onde muitos refugiados poderão buscar asilo após terem seus pedidos negados nos EUA. Durante a assinatura do acordo, o senador norte-americano Marco Rubio destacou que a iniciativa visa prevenir a imigração ilegal e processar pedidos de asilo fora dos EUA.
O governo paraguaio reconheceu a falta de estrutura para acolher dignamente os refugiados, levantando preocupações sobre a possibilidade de que aqueles cujos pedidos forem negados sejam considerados ilegais. Espósito questiona se o Brasil está preparado para lidar com esse cenário e enfatiza a necessidade de uma ação integrada baseada em direitos humanos. O Acnur também se manifestou, afirmando que transferências de refugiados podem ser legais, desde que respeitados critérios de proteção e direitos humanos.
O Itamaraty informou que está ciente do acordo, mas não se pronuncia sobre relações bilaterais de outros países. O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que as fronteiras brasileiras são monitoradas por diversos órgãos. Os detalhes do acordo ainda não foram divulgados, mas o rascunho indica que o Paraguai se comprometeu a não devolver refugiados até que suas solicitações sejam decididas. A situação exige uma resposta coordenada e humanitária por parte do Brasil.