Na Futurecom 2025, realizada em São Paulo no dia 29 de setembro, executivos das principais operadoras brasileiras destacaram a necessidade de ampliar o papel das empresas na era da inteligência artificial (IA). Eles afirmaram que as teles não querem mais ser apenas canais de tráfego de dados, como ocorreu na era do 4G, mas sim subir na cadeia de valor oferecendo processamento local e desenvolvimento de aplicações. Rafael Mezzasalma, country manager da Nokia no Brasil, ressaltou a importância do processamento de IA nas estações rádio-base (ERBs) 5G para atender à demanda crescente.
Debora Bortolasi, vice-presidente de B2B da Vivo, reforçou que o processamento na borda da rede é fundamental para aplicações que exigem respostas rápidas. A Algar também aposta no desenvolvimento de agentes de IA, como o Billy, que auxilia na checagem de faturas para clientes corporativos. Luiz Alexandre Garcia, diretor-presidente da Algar, destacou a transformação das operadoras em empresas de tecnologia digital. Pablo Guaita, da Deutsche Telekom, enfatizou a relevância dos serviços de segurança para dados em aplicações de IA.
Quanto à infraestrutura, os executivos concordam que o setor está preparado para suportar o aumento do tráfego gerado pela IA, mas alertam para a necessidade de investimentos estratégicos e compartilhamento racional dos recursos para evitar desperdícios. Lucas Aliberti, CCO da V.tal, afirmou que a construção inteligente da infraestrutura será decisiva para o sucesso das operadoras. O consenso é que as teles atuarão como “coopetidores”, combinando competição e parceria para impulsionar o setor.