Na segunda-feira, 8 de setembro de 2025, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Polícia Militar realizaram a Operação Sharpe, resultando na prisão de sete pessoas acusadas de comandar o tráfico de drogas na Favela do Moinho, situada nos Campos Elísios, região central da capital paulista. O grupo investigado, segundo as autoridades, extorquia moradores que desejavam deixar a comunidade e controlava o fornecimento de entorpecentes na área conhecida como Cracolândia. Esta operação é um desdobramento da Operação Salus et Dignitas, deflagrada em agosto de 2024, com o objetivo de desarticular ações do crime organizado no centro de São Paulo.
Entre os detidos está Alessandra Moja, irmã de Leonardo Moja, conhecido como Leo do Moinho, que liderava o tráfico na região até ser preso em 2024. Alessandra se apresentava como líder comunitária, mas atuava para proteger os interesses do irmão, vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação também resultou na captura de outros membros do grupo, que intimidavam funcionários da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e manipulavam movimentos sociais para dificultar a remoção das famílias da favela.
As autoridades afirmam que a Favela do Moinho continua sendo utilizada como base operacional do PCC e esconderijo para armas e drogas. O governo estadual iniciou a Operação Dignidade Comunidade do Moinho em abril de 2025, visando oferecer moradia adequada aos habitantes da favela. O governador Tarcísio de Freitas planeja remover todas as 824 famílias que residem na comunidade para transformar a área em um parque público, parte do projeto Parque do Moinho.