Uma operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, prendeu sete pessoas na favela do Moinho, na capital paulista, na manhã de 8 de setembro. Entre os detidos estão Alessandra Moja Cunha e sua filha, Yasmin Moja Flores, líderes comunitárias que lutavam por moradia digna. Moradores da comunidade, cada vez mais esvaziada, relataram que as prisões foram arbitrárias e que parte dos detidos são inocentes.
A operação, batizada de Operação Sharpe, teve como objetivo desarticular um grupo criminoso supostamente ligado ao tráfico de drogas e à extorsão de moradores. O MP-SP alega que o grupo atuava para impedir a remoção de famílias da comunidade, em meio a um acordo não efetivado entre os governos federal e estadual para garantir moradias gratuitas. A presença policial intensa na área gerou receios sobre a continuidade da truculência e o cumprimento do acordo de reassentamento.
Com as prisões das líderes comunitárias, há um clima de incerteza entre os moradores sobre o futuro do reassentamento e a segurança na favela. As famílias temem que a falta de interlocução com o governo dificulte o acesso às moradias prometidas, enquanto as autoridades locais utilizam a situação para fins políticos. A operação levanta questões sobre a relação entre segurança pública e direitos humanos nas comunidades vulneráveis de São Paulo.


