Uma comissão independente da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou nesta terça-feira, 16, que Israel cometeu atos de genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza desde o início da guerra contra o Hamas, em outubro de 2023. O relatório conclui que quatro dos cinco atos previstos na Convenção de Genocídio de 1948 foram praticados, incluindo assassinato e imposição de condições de vida que visam a destruição do grupo. A comissão, presidida por Navi Pillay, ex-alta comissária de Direitos Humanos da ONU, baseou suas conclusões em declarações de autoridades israelenses e no padrão de atuação do Exército.
Israel refutou as alegações, classificando o relatório como “distorcido e falso”, e afirmou que suas operações têm como alvo a estrutura militar do Hamas. Desde o início do conflito, a situação em Gaza se deteriorou drasticamente, com mais de 64 mil palestinos mortos e uma crise humanitária severa, reconhecida pela ONU. O relatório responsabiliza diretamente líderes israelenses, como o premiê Benjamin Netanyahu, por incitação ao genocídio, e destaca a obrigação dos países signatários da Convenção da ONU em prevenir e punir tais crimes. O caso também está sendo analisado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), em um processo movido pela África do Sul.