A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta terça-feira (2) dois novos relatórios que revelam que apenas 9% das pessoas com depressão recebem tratamento adequado. Com mais de um bilhão de pessoas lidando com problemas de saúde mental em todo o mundo, a ansiedade e a depressão são as condições mais comuns, afetando indivíduos de todas as idades e classes sociais. O relatório destaca que esses transtornos representam a segunda maior causa de incapacidade a longo prazo, resultando em perdas significativas na qualidade de vida e na economia global.
Os dados apresentados no relatório “World Mental Health Today” mostram que, em 2021, 14% da população mundial vivia com algum tipo de transtorno mental, sendo as mulheres as mais afetadas. Apesar da gravidade da situação, a OMS aponta que muitos indivíduos não recebem atendimento formal, o que contribui para o aumento dos custos com saúde e perda de produtividade. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, enfatiza que transformar os serviços de saúde mental é um dos maiores desafios de saúde pública atuais.
Além das implicações para a saúde individual, os relatórios indicam que as perdas anuais de produtividade global devido à ansiedade e depressão são estimadas em US$ 1 trilhão. A OMS ressalta a necessidade urgente de investimentos em saúde mental, com apenas 2% dos orçamentos totais de saúde dos governos sendo direcionados a essa área desde 2017. A organização pede reformas legais e políticas para garantir os direitos humanos e a expansão do cuidado comunitário, destacando que o acesso à saúde mental deve ser considerado um direito básico para todos.