Nos primeiros seis meses de 2025, cerca de 518.940 abortos foram realizados por profissionais em estados dos Estados Unidos que não possuem proibições quase totais ao procedimento, representando uma queda de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme pesquisa do Instituto Guttmacher. Além disso, o número de pessoas que viajaram para outros estados em busca do aborto diminuiu cerca de 8%.
Essa redução ocorre após anos de aumento no número de abortos desde a revogação da decisão Roe v. Wade pela Suprema Corte em 2022. Estados que implementaram proibições após seis semanas de gestação, como a Flórida, registraram quedas mais significativas, chegando a 27%. A pesquisa sugere que o crescimento do uso das shield laws — leis que permitem o acesso a pílulas abortivas por telemedicina mesmo em estados com restrições severas — contribui para essa mudança no padrão.
Especialistas ressaltam que esses dados não refletem o total nacional, pois não incluem abortos realizados por meio dessas pílulas enviadas por correio ou abortos autogeridos. Há preocupação com pessoas que podem estar enfrentando dificuldades para acessar o procedimento, seja por limitações das shield laws ou pela impossibilidade de viajar. O cenário reforça a necessidade de políticas públicas que garantam acesso seguro e reduzam as barreiras financeiras e logísticas ao aborto nos EUA.