Em 2007, Timothy Ray Brown fez história ao se tornar a primeira pessoa curada da infecção por HIV, após receber um transplante de medula óssea de um doador portador de uma mutação rara no gene CCR5. Essa mutação, chamada CCR5-Δ32, impede que o vírus se ligue às células do sistema imunológico, tornando algumas pessoas naturalmente resistentes ao HIV. Desde então, pelo menos outras seis pessoas também foram curadas seguindo protocolos semelhantes, mas a aplicação em larga escala ainda é inviável devido aos riscos associados ao transplante.
O HIV é um vírus que ataca as células do sistema imunológico, dificultando seu combate. Embora existam tratamentos eficazes que controlam a infecção e permitem uma vida normal, a cura definitiva permanece um objetivo distante. A mutação CCR5-Δ32 é rara e ocorre principalmente em populações do norte da Europa, onde cerca de 1% a 2% das pessoas são homozigotas e, portanto, imunes ao vírus.
Pesquisas estão sendo realizadas para explorar o potencial dessa mutação na busca por uma cura. Medicamentos como o maraviroque, que bloqueia a proteína CCR5, estão em uso para controlar a infecção, mas não oferecem cura. Além disso, técnicas de edição genética, como o CRISPR-Cas9, estão sendo estudadas para modificar o gene CCR5 e potencialmente erradicar o HIV em pacientes, embora esses métodos ainda estejam em fase experimental.