Pesquisadores brasileiros estão revolucionando o entendimento evolutivo das espécies ao utilizar a museômica, um novo campo que permite sequenciar o DNA histórico (hDNA) de tecidos preservados em museus. Recentemente, a técnica foi aplicada à perereca-de-campo-grande (Boana cymbalum), um anfíbio nativo da Mata Atlântica, coletado pela última vez na década de 1960 e considerado extinto. O estudo foi conduzido por Daniel Nakamura e Taran Grant, da Universidade de São Paulo (USP).
A museômica possibilita a análise de milhões de espécimes arquivados há décadas, que antes não eram incluídos em estudos moleculares. Os pesquisadores conseguiram reclassificar espécies do complexo de rãs Dendropsophus araguaia, unificando três delas sob uma nova designação, o que altera seu status de conservação. Essa abordagem não só melhora a compreensão da diversidade biológica, mas também ajuda a identificar as ameaças que as espécies atuais enfrentam.
As implicações dessa pesquisa são significativas para a conservação da biodiversidade. Ao revalorizar coleções científicas históricas, os cientistas esperam desenvolver estratégias mais eficazes para proteger espécies ameaçadas. A museômica pode se tornar uma ferramenta essencial para entender as relações filogenéticas entre espécies extintas e viventes, contribuindo assim para a preservação do ecossistema da Mata Atlântica e além.