O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública contra a União, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a concessionária Motiva, responsável pela administração da Rodovia Presidente Dutra (BR-116). O objetivo é obrigar a adoção de medidas emergenciais para aumentar a segurança dos romeiros que caminham até a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), especialmente com a aproximação do Dia da Padroeira, celebrado em 12 de outubro.
Com o aumento significativo do fluxo de devotos, que no ano passado contou com cerca de 139 mil pessoas apenas no dia da santa, o MPF expressa preocupação com a segurança dos peregrinos. Desde 2021, pelo menos dez romeiros foram atropelados na rodovia, principalmente em trechos críticos onde não há acostamentos. A ação civil pública exige que os responsáveis pela rodovia apresentem um plano detalhado em até 15 dias, incluindo medidas como passarelas provisórias para proteger os fiéis.
Além das questões práticas, o MPF ressalta o valor cultural e religioso das romarias, que representam elementos da identidade coletiva brasileira. A procuradora Ana Carolina Haliuc Bragança enfatiza que proteger os romeiros é garantir a continuidade de uma tradição popular rica em diversidade cultural. A ANTT e a concessionária Motiva foram contatadas, mas ainda não responderam sobre as medidas a serem adotadas.