O coronel reformado do Exército Brasileiro, Eurides Curvo, faleceu na quarta-feira, 3, aos 99 anos, em Goiás. Durante a ditadura civil-militar, ele atuou como comandante da Polícia Militar e secretário de Segurança Pública do estado, sendo um dos principais responsáveis pela repressão a opositores do regime. Membro da linha dura e aliado de figuras como o capitão Marcus Fleury de Brito, Curvo liderou o combate à esquerda com métodos violentos, incluindo torturas e assassinatos.
Eurides Curvo foi um operador dos Inquéritos Policiais-Militares (IPMs), que investigavam minuciosamente a vida de opositores ao golpe de Estado de 1964. Sua atuação se intensificou após a queda do governador Mauro Borges em 1964, quando as perseguições a democratas e esquerdistas em Goiás se tornaram mais severas. O publicitário e escritor Hugo Brockes relatou ter sido torturado durante esse período, sofrendo sequelas físicas que carrega até hoje.
A morte de Eurides Curvo reabre discussões sobre o legado da ditadura militar no Brasil e os traumas deixados por esse período. A memória das vítimas da repressão e as implicações da violência estatal continuam a ser temas relevantes na sociedade brasileira contemporânea. O impacto de sua atuação ainda ressoa nas narrativas sobre direitos humanos e justiça histórica no país.