Morre Mino Carta, ícone do jornalismo crítico brasileiro, aos 91 anos

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

O jornalista Mino Carta, fundador e diretor de redação da revista Carta Capital, faleceu nesta terça-feira (2), em São Paulo, aos 91 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês e enfrentava problemas de saúde. A revista confirmou o falecimento às 5h59 e destacou que sua trajetória se confunde com a história do jornalismo brasileiro.

Nascido em Gênova, na Itália, Mino revolucionou a imprensa nacional ao criar e dirigir revistas de grande impacto, como Quatro Rodas (1960), Veja (1968), Isto É (1976) e Carta Capital (1994). Também esteve à frente do Jornal da Tarde (1966), reconhecido pela linguagem inovadora e diagramação ousada. Ao longo da carreira, enfrentou a ditadura militar e se destacou quando a Veja publicou denúncias de tortura, resultando em censura e pressões. Em entrevistas recentes, expressou desencanto com a política brasileira e criticou os impactos da tecnologia sobre a imprensa.

Além do jornalismo, Mino se dedicou à literatura, escrevendo romances como Castelo de Âmbar (2000) e A Sombra do Silêncio (2003), que misturam memórias pessoais e reflexões filosóficas. Sua maior realização foi a própria Carta Capital, construída sobre três pilares: fidelidade aos fatos, espírito crítico e fiscalização do poder. A publicação completa 31 anos em 2025, consolidando o legado de Mino Carta na história da comunicação no Brasil.

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