O ministro Alexandre de Moraes, relator do julgamento da suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que o Brasil quase retornou a uma ditadura devido à articulação de Jair Bolsonaro e aliados para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. Moraes declarou que a recusa de Bolsonaro em aceitar a derrota eleitoral resultou em atos violentos que configuram crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
O relator enfatizou a existência de “excesso de provas” no processo e classificou como “má-fé” a ação do PL no TSE, que pedia a anulação de 48% das urnas do segundo turno. Moraes também revelou um plano que previa o assassinato de Lula, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e dele próprio, destacando que essa investigação comprovou tentativas concretas de violência política, incluindo um atentado frustrado no Aeroporto de Brasília.
O julgamento da Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, continua até 12 de setembro e envolve réus como Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Walter Braga Netto, entre outros. As acusações incluem organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado, com potencial para impactar profundamente a política brasileira e a segurança democrática do país.