O ministro Alexandre de Moraes, relator do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como ‘esdrúxula’ e ‘vergonhosa’ a nota assinada pelo ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, em novembro de 2022, sobre a segurança das urnas eletrônicas. Para Moraes, o texto não apenas é vergonhoso, mas também configura crime, uma vez que teria sido elaborado sob ordens diretas de Jair Bolsonaro para perpetuar a tese de fraude eleitoral, mesmo após auditoria das Forças Armadas que não identificou falhas relevantes no sistema de votação.
Moraes vinculou a nota a uma série de atos executórios que caracterizam a tentativa de golpe, incluindo uma ação protocolada pelo PL no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação dos votos de 48% das urnas. Essa iniciativa foi rejeitada pelo plenário do TSE e se tornou parte da cronologia da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O julgamento atual, que envolve figuras como Bolsonaro e outros réus acusados de organização criminosa armada, está em andamento e pode ter desdobramentos significativos para a política brasileira.
A Primeira Turma do STF retoma a análise da denúncia contra o chamado ‘núcleo crucial’ da suposta trama golpista, com sessões extraordinárias programadas até 12 de setembro. As acusações incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. O desfecho deste julgamento poderá impactar profundamente a estabilidade política no Brasil e a confiança nas instituições democráticas.