O ministro Alexandre de Moraes afirmou, em 9 de setembro de 2025, que não há dúvidas de que Jair Bolsonaro (PL) discutiu com os comandantes das Forças Armadas medidas para romper a ordem constitucional após perder as eleições de 2022. Durante a leitura de seu voto no julgamento da trama golpista, Moraes classificou os documentos apreendidos pela Polícia Federal como ‘minuta do golpe de Estado’. ‘Estado de sítio, estado de defesa, fora das hipóteses constitucionais, é golpe’, disse o relator.
Moraes destacou que o próprio Bolsonaro admitiu ter conversado sobre essas ‘hipóteses’ com os comandantes militares, evidenciando uma tentativa de atrair as Forças Armadas para uma intervenção. Ele ressaltou que não existe previsão constitucional para a decretação de Estado de Sítio ou Estado de Defesa em caso de derrota eleitoral. O ministro também mencionou documentos que detalham duas fases do planejamento golpista — a Operação Luneta e a Operação 142.
O julgamento em andamento na Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, analisa a denúncia contra o ‘núcleo crucial’ da suposta trama golpista. Além de Bolsonaro, outros réus incluem ex-ministros e altos oficiais militares, todos acusados de organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. As sessões extraordinárias do julgamento estão programadas até 12 de setembro, podendo ter implicações significativas para a política brasileira.