O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu início nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025, ao julgamento do Núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado que ocorreu após as eleições de 2022. Durante a leitura do relatório, Moraes apontou o ex-presidente Jair Bolsonaro como o ‘líder da organização criminosa’ que articulou os atos antidemocráticos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. Os acusados enfrentam cinco crimes, incluindo a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão.
Moraes descreveu a invasão à Praça dos Três Poderes como uma ‘marcha organizada’, ressaltando que não houve espontaneidade nos atos, mas sim uma ação planejada e financiada. Ele apresentou evidências substanciais, incluindo imagens e documentos que demonstram os danos causados aos prédios públicos do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF. O ministro também enfatizou o compromisso do Supremo com a imparcialidade, garantindo que os réus teriam direito ao devido processo legal e ampla defesa.
O julgamento abrange os principais organizadores da tentativa de golpe, conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR). Moraes reiterou que, se houver provas suficientes, os acusados serão condenados; caso contrário, deverão ser absolvidos. O ministro destacou a importância da independência do STF diante das pressões políticas e sociais, reafirmando que o papel da Corte é aplicar a Justiça sem se deixar influenciar por ameaças ou coação.